De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada ontem, 64% dos domicílios brasileiros onde existe escassez de alimentos há pelo menos um aparelho celular. Os dados surpreenderam e revelaram um importante perfil do brasileiro nos últimos anos. Conforme os dados do levantamento, que foi divulgado por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2013), também é comum no Brasil que famílias em situação de insegurança alimentar grave possuam aparelhos televisivos (88%).
Em 10% das casas existe inclusive computador com acesso à internet. Para a psicóloga Fernanda Costa, os dados apresentados pelo IBGE confirmam uma tendência já estudada entre os especialistas, de que a sociedade tem se tornado mais consumista independente de sua situação financeira. Para ela, os programas sociais do Governo Federal ampliaram o poder de compra das camadas mais populares, que muitas vezes não conseguem criar prioridades na hora de economizar e investir.
"As pessoas que possuem a vida mais difícil têm se valido muito dos programas sociais e cada vez compram mais. A influência da televisão e da publicidade, em especial, faz com que esse gasto não seja priorizado em alimentos e produtos de primeira importância, e os supérfluos, como os celulares, acabam sendo mais adquiridos", comentou a psicóloga. A secretária Janaíne Milene, porém vai de encontro aos dados da pesquisa.
Ela comenta que ter um celular, em especial um aparelho mais moderno, nunca foi uma prioridade para ela. Possuir um celular sempre foi secundarizado em detrimento de outras necessidades em sua vida. "Ter ou não ter um celular nunca foi prioridade para mim. Eu vejo as pessoas comprando aparelhos e se endividando, e sei que isso não é importante. Possuo um aparelho mais antiquado e até ele mesmo é um pouco inutilizado, já que em meu trabalho tenho à disposição outros aparelhos telefônicos", comentou Janaíne.
Mais de um terço dos nordestinos convive com a fome A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2013) revela que mais de um terço da população do Nordeste ainda vive com o fantasma da insegurança alimentar, quando faltam recursos para a compra de alimentos. Os dados, que se referem ao ano passado, colocam o Nordeste como a região mais preocupante no que tange a alimentação. O levantamento apontou que 38,1% dos nordestinos viviam sob o risco de fome em 2013, número menor do que em 2004 (53,5%) e 2009 (46,1%).
No Sudeste do país, foi registrado um índice de 14,5%, e Sul, 14,9%; na região Centro-Oeste, o número foi de 18,2% e no Norte, que teve o índice mais próximo do Nordeste, o registro foi de 36,1%. Entre os Estados, Maranhão e Piauí apresentaram os maiores números de casas com algum tipo de risco alimentar, respectivamente de 23,7% e de 19%, em 2013. Em 2009, estes Estados também eram os que tinham maior percentual de insegurança alimentar, com 31,2% e de 22,7%.
O Mossoroense
Via o comunicador do povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário