Os jovens brasileiros estão dormindo mal e enfrentando distúrbios ligados ao sono. De acordo com a pesquisa do IPOM (Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente), realizada em parceria com o Instituto Sou +Jovem, 88% avalia seu sono como ruim ou insatisfatório, declarando que encara dificuldades para dormir.
Quase a maioria dos pesquisados, 47%, afirmou que acorda e dorme várias vezes ao longo da noite, enquanto 43% dormem de 3 a 5 horas por noite. Desse universo, 58% já acordam cansados e 94% declaram que sentem sonolência ou queda de rendimento ao longo do dia. Para compensar a fadiga pelas noites insones, 59% costumam dormir cerca de cinco horas a mais aos finais de semana.
A insônia é a campeã de queixas entre os 1.830 jovens de 14 à 18 anos que participaram de pesquisa, realizada pelo IPOM no último trimestre de 2014 nas principais cidades brasileiras. 53% dos pesquisados alegaram que têm perdido o sono em função de preocupações ligadas aos estudos, enquanto outros 53% apontaram que as preocupações financeiras têm levado o sono embora.
A pesquisa também revelou que 82% dos pesquisados dormem com o celular ligado ao lado da cama, 45% com a TV e 22% com o computador. Para a psicoterapeuta e presidente do IPOM, Myriam Durante, o resultado do estudo é preocupante e revela que as noites mal dormidas estão se tornando um problema crônico no país.
“Hoje os jovens estão levando uma vida tão corrida que mal sobra tempo para cuidar de si mesmo. Eles estão sempre acelerados e plugados, o que dificulta muito o relaxamento físico e mental. Muitas vezes eles só conseguem ‘apagar’ por exaustão, estando sujeitos às complicações de saúde física e mental”, explica a especialista.
A médio e longo prazo, a má qualidade do sono provoca vários distúrbios comprometedores, como alterações de humor e comportamento. A pessoa que não dorme bem passa o dia se sentindo sonolenta, tem sua concentração afetada, dificultando as reações rápidas. Além disso, dormir mal contribui para um ganho acentuado de peso, indisposição para atividades físicas, mau humor e dores de cabeça, entre outras coisas.
Quem não atinge um sono profundo e reparador com frequência acaba entrando em um círculo vicioso. Fica mais irritado e estressado e passa a ter dificuldades para relaxar, estado fundamental para se conseguir dormir bem. Dormir mal também significa ter problema de memória, pois durante o período noturno de repouso o conhecimento adquirido no decorrer do dia é revisto e armazenado pelo cérebro. “Para os jovens, dormir mal tem um preço alto, pois interfere no aprendizado. Sem um sono reparador, eles têm um desempenho escolar muito inferior ao que poderiam ter, pois não conseguem reter tudo aquilo que aprendem”, diz Myriam.
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