MINHA MÃE, MINHA VIDA.


Dasdôres
Peço licença a todos
Para uma história contar
Não se admire amigos
Se ela e não terminar
Sinto no peito uma dor
Mais contarei com amor
Temendo lágrimas rolar.

O dia quatro de outubro
Era um dia de alegria
No ano quarenta e sete
Uma mulher nasceria
Linda sem comparação
Ninguém teria noção
O quanto ela sofreria.

Viveu com dificuldades
Sem luxo e sem mantimentos
Seus pais não tinham riqueza
Mais tinha um bom sentimen
Nascida para sofrer
Seu nome devia ser
Dasdôres do sofrimento.

Seu sofrimento foi grande
Bem no começo da vida
Sofreu junto a sua mãe
Com várias mortes seguidas
Ela ainda era nova
Quando cavaram a cova
O seu pai dava partida.

Ficou no mundo sem pai
Sofrendo para viver
Não tinha um bom estudo
Nem que podesse querer
Sem profissão e sem nada
Seguia a sua estrada
Crescendo para sofrer.

Tornou-se uma mulher
Conheceu sua razão
Chico Ribeiro era o nome
Do pretendente da mão
Com uma aliança no dedo
Eles casaram sem medo
Jurando amor e paixão.

Era um amor sem limites
Se concluiu no altar
Ela ainda era jovem
Mais já sabia amar
Eu falo com muita dor
Nascia ali um amor
Que a morte ia separar.
Tiveram quatorze filhos
De um amor sem igual
Sofreu a cada segundo
Quando um passava mal
Mais a sua triste sorte
Reservava-lhe uma morte
Que seria a principal.

Em vinte dois de agosto
Chico Ribeiro partia
Ela não acreditava
No que lhe aconte
Dizia ao pé do caixão
Perdi a minha paixão
Mais te encontrarei um dia.

Ficou viúva e sozinha
Com filhos para criar
Trabalhou de sol a sol
Tanto na roça ou no lar
Estudos não teve não
Mais deu boa educação
Pra os filhos se respeitar
Sofreu com cada filhinho
Que ia embora de casa
Chorava por cada um
Com o coração feito brasa
Dizia com confiança
Não é mais uma criança
Cresceram e criaram asas.

Tem algo que nessa vida
Eu não consigo entender
É mães partirem sem volta
Antes de um filho crescer
Deixando elas sozinhas
Querendo sua mãezinha
Que nunca mais irão ver.

Hoje seus filhos cresceram
Com uma mãe verdadeira
Sabendo que neste mundo
Não à mulher mais guerreira
Sinto um amor todo dia
Por minha Dona Maria
das Dôres de Oliveira.

Minha mãe nós te amamos
Com uma força maior
Tenho medo e se um dia
Acontecer o pior
Eu quero ir do teu lado
Porque teu filho amado
Nunca vai te deixar só

Por que não há dor maior
Que não esqueço jamais
Prefiro morrer primeiro
Pra não voltar nunca mais
Eu entrego a minha vida
Pra não ver mamãe querida
Como eu ir o meu pai.

E pela primeira vez
Com amor e lealdade
Até hoje nesta vida
Não tive capacidade
Esteja aonde estiver
Amarei esta mulher
Por toda eternidade

Autor: Valdeilson Ribeiro