No dia 15 de outubro, comemora-se em todo o Brasil o Dia do Professor. Nessa ocasião, costuma-se fazer homenagens e reconhecer o trabalho desses profissionais que atuam praticamente no anonimato, mas que possuem um papel fundamental na educação, na formação e na capacitação de pessoas e profissionais de todo o país. A data também é utilizada para manifestações por melhores condições de trabalho.
Origem e evolução
Em 1933, a Associação dos Professores Católicos do Distrito Federal (APC-DF) comemorou por conta própria o Dia do Primeiro Mestre. A iniciativa dentro de um contexto católico acabou dando origem ao Dia do Professor. A data escolhida foi uma referência à primeira lei sobre o ensino primário, de 15 de outubro de 1827, que criou as escolas de primeiras letras (hoje ensino fundamental). Esse decreto, assinado pelo Imperador Pedro I, foi marcado pela aliança entre Estado e Igreja, e estabeleceu que “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. Além disso, o texto oficial abordava a descentralização do ensino, as matérias básicas, o salário e a forma de contração dos professores. Na época, ficou definido que os meninos aprenderiam a ler, escrever, calcular, inclusive com algumas noções de geometria; as meninas aprenderiam as prendas, como costurar, cozinhar, bordar.
Com o passar do tempo, diversas entidades e as diferentes esferas do poder público procuraram atribuir à celebração um caráter diferente. A partir do momento em que a ocasião tornou-se uma prática anual, a data colocou em evidência a divergência entre as gratificações simbólicas ao professor e seus vencimentos pelo desempenho de seu papel. Dessa forma, a iniciativa de 1933 acabou ganhando contornos de manifestação contra os baixos salários e as reais condições do exercício do magistério. O processo assumiu diferentes formas nos diversos estados brasileiros.
Em 1947, representantes do magistério paulista organizaram um movimento em prol da oficialização da data. Em 1948, o governador Adhemar de Barros declarou o dia 15 de outubro como “Dia do Professor”, feriado escolar. As comemorações em São Paulo por parte do estado oscilavam entre homenagens e esquecimentos da data.
Entre os cariocas, o Dia do Professor desempenhou um papel de destaque nos embates entre os Sindicatos dos Professores, os proprietários de colégios particulares e o poder público. De um lado, havia uma discrepância entre o que se pagava aos colégios e o número de horas recebidas pelos professores. De outro, diretores de colégios particulares e representantes do poder público ameaçavam obrigar os professores a trabalhar no dia do feriado, numa forma de hostilizar suas reivindicações por melhores salários. Tal ação só foi impedida por porque o presidente da época, João Goulart, declarou o Dia do Professor feriado escolar em todo o Brasil.
Além disso, no final dos anos 50, ao constatarem que não houve melhorias na remuneração desde suas manifestações da década de 40, as entidades representantes do magistério passaram a utilizar a data para expressar seu descontentamento. A ausência nas cerimônias oficiais passou a ser, inclusive, uma forma de manifestação. Até que, em 1963, em São Paulo, houve a primeira greve geral de professores exatamente no Dia do Professor.
Assim, surgiu uma disputa entre o estado e os representantes do magistério no que se refere à apropriação da data e à construção da imagem do professor.
fonte Dicionário de Datas da História do Brasil.
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