sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Temperatura do planeta pode subir até 4,8 graus

A temperatura do planeta poderá aumentar até 4,8º graus Celsius neste século e o nível do mar poderá subir até 81 centímetros, com danos relevantes na maior parte das regiões costeiras do globo, alerta hoje (27) o Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).


Em seu quinto relatório de avaliação, apresentado em Estocolmo, na Suécia, os especialistas do painel das Nações Unidas apresentam vários cenários possíveis, levando em conta milhares de investigações feitas nos últimos anos.
O relatório confirma, "ainda com mais certeza, que as alterações climáticas se devem à atividade humana", disse, na apresentação do documento, o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Michel Jarraud.
Em mensagem gravada, apresentada no início da entrevista, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse: "O aquecimento é real. Agora temos de agir".
Influência humana
O IPCC mostra que a influência humana no clima é a principal causa do aquecimento global observado desde meados do século 20. O aumento das temperaturas é evidente e cada uma das últimas três décadas tem sido sucessivamente mais quente.
Segundo o texto, há 95% de probabilidade de que mais da metade da elevação média da temperatura da Terra entre 1951 e 2010 tenham sido causadas pelo homem. Os gases de efeito estufa contribuíram para o aquecimento entre 0,5 e 1,3 graus Celsius (ºC) no período entre 1951 e 2010.
“A continuada emissão de gases de efeito estufa vai causar mais aquecimento e mudanças climáticas. Limitar a mudança climática vai requerer substanciais e sustentadas reduções das emissões de gases de efeito estufa”, disse Thomas Stocker, outro coordenador do documento.
 O relatório ressalta que, até o fim do século 21, há pelo menos 66% de chance de a temperatura global se elevar pelo menos 2ºC em comparação com o período entre 1850 e 1900. “A mudança na temperatura da superfície da Terra no final do século 21 pode exceder 1,5ºC no melhor cenário e, provavelmente, deve exceder 2ºC nos dois piores cenários”, disse Stocker. Na pior das possibilidades, a temperatura pode alcançar 4,8ºC até 2100.
Ele acrescentou que ondas de calor muito provavelmente vão ocorrer com mais frequência e devem durar mais tempo. “Com o aquecimento do planeta, esperamos ver regiões úmidas recebendo mais chuvas e regiões secas recebendo menos chuvas, apesar de existirem exceções”, disse o cientista.
De acordo com o documento, as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso aumentaram para níveis sem precedentes nos últimos 800 mil anos. As concentrações de dióxido de carbono subiram 40% desde a época pré-industrial (desde 1750), principalmente devido às emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis.
Segundo Stocker, como resultado das emissões passadas, presentes e futuras de dióxido de carbono, a mudança climática é um fato. “Os efeitos no clima vão persistir por muitos séculos mesmo que as emissões parem”, concluiu o cientista.
Relatório
O IPCC foi criado em 1988 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e reúne milhares de cientistas de diversos países. Já foram publicados quatro relatórios. A divulgação completa do quinto documento, incluindo os trabalhos dos grupos 2 e 3, deverá ocorrer até 2014. Nesta sexta-feira, foi lançado o documento do Grupo de Trabalho 1, que trata dos aspectos científicos das mudanças climáticas. Os dados do IPCC servirão de base para as negociações climáticas internacionais.

informação  blog dj Aildo

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