quinta-feira, 2 de julho de 2015

Eduardo Cunha manobra e consegue aprovar redução da maioridade penal

Na versão recém-aprovada, só serão penalizados como adultos os adolescentes que cometerem crimes hediondos, homicídio doloso (quando há a intenção de matar), e lesão corporal seguida de morte

Pouco mais de 24 horas depois de rejeitar a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, a Câmara dos Deputados permitiu ontem uma versão um pouco mais enxuta da medida. Em longa e tumultuada sessão, 323 parlamentares aprovaram emenda que permite a punição dos adolescentes pelo código penal quando cometerem crimes hediondos, homicídios dolosos e lesão corporal seguida de morte. Outros 155 foram contrários e dois se abstiveram. O texto, que ainda precisa passar em segundo turno e seguir para votação no Senado, foi aprovado em meio à polêmica sobre a legalidade da manobra regimental e à promessa de questionamento no Supremo Tribunal Federal (STF).


 Um dia depois de ser derrotado por apenas cinco votos e, desta vez com as galerias vazias, o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB/RJ) colocou de novo o tema em votação, repetindo a estratégia usada para aprovar o financiamento privado das campanhas eleitorais. Assim como fizeram no primeiro caso, deputados anunciaram que vão recorrer ao STF para anular a votação.
A diferença entre a emenda aglutinativa colocada em votação e o texto derrotado na madrugada é que ela retira do rol dos crimes que levariam à redução da maioridade o tráfico de drogas e o roubo qualificado. Na primeira votação, 303 deputados foram a favor da antecipação da punição como adulto para os jovens de 16 anos em caso de crimes hediondos, 184 foram contra e três se abstiveram. Apesar de a PEC ter sido aprovada pela maioria, o número foi insuficiente – eram necessários 308 votos – e a proposta foi rejeitada.

Pela lei, entram no rol dos crimes hediondos latrocínio, homicídio qualificado, crimes praticados por grupos de extermínio, falsificação de remédios, extorsão por sequestro ou sequestro de menores e idosos, estupro, exploração sexual de crianças, e genocídio.
fonte G1

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